9.8.07

Guardando os nossos corações

Conhecemos bem a sensação de sermos elogiados. Nosso rosto estampa um sorriso, esboçamos uma cara de: “Ah! Para com isso”, mas a verdade é que parece que uma parte de nós fica muito satisfeita em saber que as pessoas pensam coisas boas sobre nós. O reverso da moeda costuma nos causar muito aborrecimento. Basta receber uma crítica ou algum comentário ruim ao nosso respeito que imediatamente perdemos o controle, ficamos tristes, cabisbaixos e não encontramos mais o ânimo de continuar a fazer o que vínhamos fazendo. Creio que todos nós já passamos pelas duas situações acima e sei o quanto é difícil se desapegar desses sentimentos, mas a verdade é que a Palavra de Deus pede que não nos deixemos contaminar por essa opressão sentimental. Se quisermos crescer na fé, devemos aprender o quanto antes a seguir fazendo o que o Espírito Santo nos orienta, independentemente de elogios ou críticas.

Enquanto caminhou nessa terra, o Senhor Jesus fazia o bem, libertava os oprimidos do diabo, curava os enfermos, ensinava e pregava, e estava sempre sujeito as mais belas demonstrações de amor e afeto, até as piores críticas e insinuações.
Em Lucas 7, vemos Jesus sendo convidado para jantar na casa de um fariseu que, contrariando o costume judaico, não o recebeu como devia. Porém, uma pecadora chega no jantar: “E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento; E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o ungüento”.

O fariseu critica Jesus para si mesmo, mas o Senhor, que conhece os corações, percebe e lhe propõe uma pergunta: “Um certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos dinheiros, e outro cinqüenta. E, não tendo eles com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Dize, pois, qual deles o amará mais?”.
Simão, o fariseu, responde que é a quem mais devia, então Jesus responde: “Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas, e mos enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com ungüento. Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama”.
Em um mesmo momento Jesus era contemplado por uma pecadora, mas era acusado por um fariseu. Vemos, através do exemplo do Senhor, que ele não se deixava abalar nem com elogios e críticas, ele simplesmente fazia o que tinha de fazer. E, naquele jantar, ele tinha que salvar aquela pecadora: “E disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz”.


Quanto mais cedo criarmos essa consciência, mas fácil será fazer a obra de Deus. Paulo, na carta aos Filipenses, descreve que sabia servir a Cristo sob qualquer circunstância: “Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade” (Fp 4.12).
Essa verdade é tão viva na vida de Paulo que ele chega a dizer que nada o separaria do amor de Deus que está em Cristo Jesus.

Penso que essa ousadia é necessária se quisermos servir a Jesus, pois não tardará o dia em que precisaremos orar por alguém e teremos alguém ou uma platéia contra. E aí? Será que o nosso coração está pronto para isso?

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